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Primeira usina hidrelétrica da América Latina completa 130 anos

O Complexo Hidrelétrico de Marmelos completou 130 anos na última quinta-feira, dia 5. Fundado em 1889, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, Marmelos é considerado o primeiro grande parque gerador de energia do Brasil e da América do Sul. Hoje, as instalações que foram um marco para o desenvolvimento do setor elétrico nacional abrigam um museu e ainda geram energia com as águas do Rio Paraibuna.

Idealizada pelo industrial Bernardo Mascarenhas – também fundador da Companhia Mineira de Eletricidade –, a Usina de Marmelos tinha o objetivo de fornecer energia à fábrica têxtil do empresário e modernizar as vias públicas de Juiz de Fora, até então iluminadas por lamparinas.

Segundo o gerente de Manutenção de Ativos de Geração Centro Sul da Cemig, William Serrano, após a construção das centrais hidrelétricas Marmelos I, IA e II, a pioneira Marmelos Zero teve suas operações interrompidas em 1896. “Os avanços da engenharia permitiram que novas plantas fossem desenvolvidas, de forma a aproveitar melhor a vazão da Cachoeira dos Marmelos, que inspirou o nome do complexo. Mas isso não tirou o brilho de Marmelos Zero, que contribuiu muito parar alicerçar o polo industrial da Zona da Mata no final do século 19”, argumenta.

A Cemig adquiriu o complexo com as pequenas centrais hidrelétricas em 1980. Três anos mais tarde, após restauração, o prédio da Usina de Marmelos Zero foi tombado pelo Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Juiz de Fora e transformado em espaço cultural.

“O mais interessante é que, apesar de centenárias, as estruturas ainda produzem energia que é disponibilizada no Sistema Interligado Nacional (SIN). Hoje, a Usina Marmelos conta com uma potência instalada de 4,8 MW (megawatts), que seria suficiente para atender ao consumo de aproximadamente 13 mil residências”, ressalta William.

Visita ao passado
Após ser transformado em espaço cultural em meados dos anos 1980 e virar um museu, Marmelos Zero se tornou um destino popular especialmente entre estudantes, pessoas interessadas em engenharia, e turistas que visitam a região.

“O museu abriga um rico acervo com itens que contam a história da energia e da usina. É uma visita ao passado. Todos ficam fascinados durante o passeio. Para nós, da Cemig, é satisfatório proporcionar essa experiência à população. Conhecer o caminho percorrido pela eletricidade, da sua geração nas turbinas até a entrega nas residências, contribui inclusive para o uso mais consciente da energia”, acrescenta o gerente.

Entre 2014 e 2015, o museu passou novamente por uma ampla reforma. O local foi reaberto à visitação em janeiro deste ano. O museu recebe visitas duas vezes ao mês, mediante agendamento online no Portal Cemig.

Foto: Cemig / Fonte: Jornal da Cidade de BH